"Se quisermos modificar algum coisa, é pelas crianças que devemos começar." (Ayrton Senna)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

PAULO FREIRE: A LEITURA DO MUNDO



"Ivo viu a uva", ensinavam os manuais de alfabetização. Mas o professor Paulo Freire, com o seu método de alfabetizar conscientizando, fez adultos e crianças, no Brasil e na Guiné-Bissau, na Índia e na Nicarágua, descobrirem que Ivo não viu apenas com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se uva é natureza ou cultura. Ivo viu que a fruta não resulta do trabalho humano. É Criação, é natureza. Paulo Freire ensinou a Ivo que semear uva é ação humana na e sobre a natureza. É a mão, multi-ferramenta, despertando as potencialidades do fruto. Assim como o próprio ser humano foi semeando pela natureza em anos e anos de evolução do Cosmo. Colher a uva, esmagá-la e transformá-la em vinho é cultura, assinalou Paulo Freire. O trabalho humaniza a natureza e, ao realizá-lo, o homem e a mulher se humanizam. Trabalho que instaura o nó de relações, a vida social. Graças ao professor, que iniciou sua pedagogia revolucionária com trabalhadores do Sesi de Pernambuco, Ivo viu também que a uva é colhida por bóias frias, que ganham pouco, e comercializada por atravessadores, que ganham melhor. Ivo aprendeu com Paulo que, mesmo sem ainda saber ler, ele não é uma pessoa ignorante. Antes de aprender as letras, Ivo sabia erguer uma casa, tijolo a tijolo. O médico, o advogado ou o dentista, com todo o seu estudo, não era capaz de construir como Ivo. Paulo Freire ensinou a Ivo que não existe ninguém mais culto que o outro, existem culturas paralelas, distintas, que se complementam na vida social. Ivo viu a uva e Paulo Freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Ivo que a leitura de um texto é tanto melhor compreendida quanto mais se insere o texto no contexto do autor e do leitor. É dessa relação dialógica entre texto e contexto que Ivo extrai o pretexto para agir. No início e no fim do aprendizado é a práxis do Ivo que importa. Práxis-teoria-práxis, num processo indutivo que torna o educando sujeito histórico. Ivo viu a uva e não viu a ave que, de cima, enxerga a parreira e não vê a uva. O que Ivo vê é diferente do que vê a ave. Assim, Paulo Freire ensinou a Ivo um princípio fundamental da epistemologia: a cabeça pensa onde os pés pisam. O mundo desigual pode ser lido da ótica do opressor ou pela ótica do oprimido. Resulta uma leitura tão diferente uma da outra como entre a visão de Ptolomeu, ao observar o sistema solar com os pés na Terra, e a de Copérnico, ao imaginar-se com os pés no Sol. Agora Ivo vê a uva, a parreira e todas as relações sociais que fazem do fruto festa no cálice de vinho, mas já não vê Paulo Freire, que mergulhou no Amor na manhã de 2 de maio. Deixa-nos uma obra inestimável e um testemunho admirável de competência e coerência. Paulo deveria estar em Cuba, onde receberia o título de Doutor Honoris Causa, da Universidade de Havana. Ao sentir dolorido seu coração que tanto amou, pediu que eu fosse representá-lo. De passagem marcada para Israel, não me foi possível atendê-lo. Contudo, antes de embarcar fui rezar com Nita, sua mulher, e os filhos em torno de seu semblante tranqüilo: Paulo via Deus.



FREI BETTO é escritor, autor em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotsho, de Essa escola chamada vida (Ática).Texto extraido da "Folha de São Paulo"- 30 dias após a morte de Paulo Freire.

A canção afrícana



Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...

De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!

"minha terra é bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!

"O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
ver de tarde a papa-ceia!

"Aquelas terras são grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...

"Lá todos vivem felizes,
todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro"

O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!

O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.

E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!


Antonio Frederico de Castro Alves nasceu na Bahia, na cidade de Curralinho, em 1847 e morreu em Salvador, em 1871, no mesmo estado. Ficou conhecido como poeta dos escravos, por conta das obras que fez em favor da liberdade dos negros no Brasil.Essas rimas foram retiradas da sua obra Os Escravos, publicada 12 anos após a sua morte.

revista ciência Hoje /nov de 2009

domingo, 24 de janeiro de 2010

A Lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?


Sonho Impossível

Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão





Essa música, de repente veio me falar das dificuldades, das ansiedades e angústias de quando se tenta alfabetizer um aluno, que não vai se percebendo avanços, parece que por mais que se faça, o aluno não avança, vira quase uma luta mesmo, um sonho, um desafio alfabetiza-lo,foi os encontros com essas realidades que me moveu fazer a psicopedagogia,para ter mais uma ferramente pra ajudar esses alunos a avançar,a música diz vencer quando e fácil vender ,ou seja passar para próxima tia,Romper a incabível prisão , ajudar meu aluno a romper o sair de nível não alfabetizado, para um nível de pelos menos ler e escrever. Entregar na sua vida tão sofrida pelo menos esse pequeno tesouro,É minha lei, é minha questão virar esse mundo cravar esse chão. Tenho verdadeira paixão por ensinar.

sábado, 23 de janeiro de 2010

ATENÇÃO & DESATENÇÃO


Você está prestando atenção?

Segundo William James, a atenção é “uma tomada de posse da mente, em uma forma clara e vívida, de um dos diversos objetos ou séries de pensamentos que parecem simultaneamente possíveis.

Implica o abandono de algumas coisas a fim de ocupar-se efetivamente de outras”.

O estabelecimento do foco de atenção possui um valor adaptativo na medida em que discriminamos os estímulos que são relevantes dos irrelevantes e os direcionamos seletivamente aos recursos limitados de processamento das informações de nosso encéfalo (Bear e colaboradores, 2002).

Ao ler um texto, como essa postagem, a atenção é essencial para que se compreenda o conteúdo. Nesse caso, outros estímulos que provêem do ambiente ou de outros processos mentais (como a memória evocativa) podem desviar a nossa atenção e conseqüentemente atrapalhar a compreensão do texto.
Disso voltamos à pergunta inicial: Você está prestando atenção? Se sua resposta for positiva, será que você consegue lembrar razoavelmente bem a definição de James ou o complemento de Bear sobre a atenção? Se sua resposta for negativa, o que terá desviado a sua atenção do texto? Essas perguntas são importantes para compreendermos como as pessoas relacionam-se com um ambiente repleto de estímulos em que cada estímulo parece importante.

As pessoas que não estavam prestando atenção à leitura provavelmente focaram-na em outro estímulo e relegaram à leitura uma importância secundária. Essa desatenção ocorre quando processamos estímulos variados ao mesmo tempo e acabamos focando nossa atenção em apenas um, ou no máximo dividimos a atenção entre dois estímulos.
Muitas vezes a desatenção é atribuída erroneamente ao déficit de atenção/hiperatividade (TDA/H). Este déficit pode ser somente de atenção (TDA), somente hiperatividade e as duas características ao mesmo tempo (TDAH).

Esse transtorno é mais comumente verificado em crianças (em sua maioria meninos, na proporção de 10 para 1 contra as meninas) representando de 3 a 5 % da população infantil. Porém, recentemente tem se avaliado a existência dele também em adolescentes e adultos. Muitas crianças acometidas pelo transtorno têm pais como o mesmo problema, pois se trata de uma condição genética em 80% dos casos.

As características do TDA/H incluem um padrão de funcionamento cerebral deficitário em alguns locais como o lobo parietal (relaciona-se ao processamento da sensibilidade cinestésica-movimento), o córtex pré-frontal (responsável pela concentração e atenção seletiva) e o córtex cingulado anterior (está ligado ao armazenamento da memória de longo prazo). Em crianças afetadas é comum o relato de que: se movimentam constantemente, falam demais, possuem dificuldades de brincar ou permanecer em silêncio quando lhes são exigidos tais comportamentos, têm pouca coordenação motora e dificuldades em permanecer em uma única tarefa por tempo prolongado. Isso pode gerar grandes déficits de aprendizagem e dificuldades de comunicação.

Na maioria dos casos, o transtorno persiste na adolescência e vida adulta (60% a 70% deles). Porém, geralmente perdem-se as características da hiperatividade, ficando potencializada a falta de atenção e concentração na realização das tarefas diárias.

O tratamento medicamentoso mais comum se dá com o remédio Ritalina (Metilfenidato). Esse medicamento é uma anfetamina psicoestimulante que age inibindo a recaptação de dopamina e noradrenalina (neurotransmissores que atuam no encéfalo). Desta forma, o remédio faz com que esses receptores potencializem as sinapses neuronais (principalmente a nível de córtex pré-frontal) aumentando a capacidade de concentração e coordenação motora (fatores pelos quais a Ritalina foi e ainda é utilizada para atletas, competidores e pessoas outras que não possuem o transtorno).

O tratamento medicamentoso deve ser reforçado com a psicoterapia e o acompanhamento familiar. O diagnóstico para o TDAH tem que ser diferencial, baseado não apenas nas características da desatenção ou no excesso de “euforia” do paciente. É preciso um estudo cuidadoso do histórico familiar, da constituição da família e da criação dada ao paciente.

Postado por: Guilherme da Costa Alves e Júlia Rodrigues Lobo
Fonte: PsiqWeb- Portal de Psiquiatria : http://virtualpsy.locaweb.com.br/?art=318&sec=35

Lima, Ricardo F. de (2005). Compreendendo os mecanismos atencionais. Ciências & Cognição; Ano 02, Vol.06, nov/2005. Disponível em http://www.cienciasecognicao.org/

ANDRADE, Ênio Roberto de e SCHEUER, Claudia. Análise da eficácia do metilfenidato usando a versão abreviada do questionário de conners em transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Arq. Neuro-Psiquiatr. [online]. 2004, vol. 62, no. 1 [citado 2008-05-27], pp. 81-85.

ROTHENBERG, Aribert e BANASCHEWKI, Tobias. Mentes Inquietas. Revista Viver Mente & Cérebro. 2008, nº 144. Editora Duetto. São Paulo –SP.
Postado EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Professores dicas para melhorar ainda mais o seu trabalho



Para que o Brasil tenha uma Educação de qualidade é preciso que todas as crianças saibam ler e escrever até 8 anos de idade. Educador saiba o que você pode fazer para ajudar.


RECOMENDAÇÕES:

O que é uma Educação de qualidade?

Para explicar o que é uma Educação de qualidade, o Todos Pela Educação estabeleceu 5 Metas, que o Brasil deve alcançar até2022:
Todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola, sendo alfabetizadas até os 8 anos, aprendendo o que é adequado para cada série e concluindo o Ensino Médio até os 19 anos, sendo necessário, para isso, que o investimento em Educação seja ampliado e bem gerido.
A importância da alfabetização

Garantir uma Educação de qualidade para todos começa logo nos primeiros anos da Educação Básica, com a alfabetização de todos os alunos até os 8 anos.

A alfabetização é a base para o desenvolvimento escolar do aluno, tendo impacto direto no aprendizado das demais disciplinas. Uma criança que não sabe ler e escrever corretamente, dificilmente conseguirá aprender o conteúdo esperado em história, geografia ou até mesmo em matemática.

Por isso, o Todos Pela Educação tem a alfabetização como foco de suas ações em 2009 e 2010.

Para que o Brasil tenha uma Educação de qualidade é preciso que todas as crianças saibam ler e escrever até 8 anos de idade. Educador saiba o que você pode fazer para ajudar.



Dicas para melhorar ainda mais o seu trabalho:


Você, Educador, é o principal profissional brasileiro, pois é quem está com o aluno diariamente e tem nas mãos as ferramentas para ensiná-lo.


- Exija a criação de avaliações de alfabetização


Embora a alfabetização seja fundamental para garantir uma Educação de qualidade para todos, atualmente sabe-se muito pouco sobre a situação da alfabetização das crianças de nosso país. Não há avaliações nacionais que mostrem como está a alfabetização das crianças até os 8 anos, as avaliações nacionais existentes começam na 4ª série do Ensino Fundamental, quando as crianças têm, em média, 10 anos.


Exija do governo a criação de indicadores voltados especificamente para a alfabetização.


- Busque sempre aprimorar seus conhecimentos


Procure sempre dar seqüência à sua formação acadêmica, por meio de cursos de graduação ou pós-graduação e de programas de capacitação. Há sempre algo novo e interessante para ser aprendido, e que poderá te ajudar a influir positivamente na Educação das pessoas ao seu redor.
Proponha que sua escola seja um espaço de aprendizado.
Para ser um bom educador, é preciso estudar sempre e ter em vista aonde você quer chegar com seus alunos.
- Encare a diversidade de maneira positiva

Tire proveito da heterogeneidade de saberes, conhecimentos e experiências dos alunos e da comunidade escolar. Promova a interação entre eles.

- Lembre-se: escola boa é onde o aluno aprende

A melhor forma de avaliar a qualidade do ensino é por meio da aprendizagem dos alunos. Se a escola existe para ensinar, a escola boa é aquela em que os alunos estão aprendendo.

Valorize e utilize avaliações sobre a qualidade do ensino como um instrumento para melhorar a escola e promover a transparência e a participação de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

- Professor: Planeje suas aulas

Elabore planos de curso e planos de aula de acordo com a proposta pedagógica elaborada pela escola e com o programa de ensino da Secretaria de Educação. Participe da elaboração dessas propostas e assegure seu cumprimento, sem perder de vista que, para ter sucesso na sala de aula, os objetivos, os conteúdos e os métodos de ensino devem ser adequados e ajustados às suas necessidades e às características dos alunos. Aulas de qualidade se refletem na aprendizagem dos alunos.

- Professor: Procure não faltar

Lembre-se de que o aluno precisa de você. Se alguma necessidade urgente lhe impedir de estar em sala de aula, é necessário que você seja substituído por pessoa de igual competência e que conheça o andamento dos planos de aula.

- Professor: Ensine a estudar

Ensine os procedimentos de estudo, como selecionar informações, tomar notas, fazer resumos e sínteses, etc.

- Professor: Incentive o hábito da leitura Dê atenção especial à leitura, à compreensão de textos e à escrita. Essas habilidades são básicas e essenciais para toda a vida do aluno.

O hábito da leitura abre aos alunos uma perspectiva prazerosa de aprendizagem. Estimule esse hábito oferecendo aos alunos contato com diferentes tipos de textos, tais como matérias de jornais, embalagens, receitas, cartas, anúncios, textos expositivos e literários, instruções de jogos, regras da escola, etc.
Conheça de antemão os textos que você apresentará à classe, gere expectativas nos alunos sobre os textos, faça comentários, perguntas e promova a reflexão, interpretação e o diálogo entre os estudantes.

- Professor: Reforce a auto-estima dos alunos

É preciso que educadores difundam ao máximo os gestos, as atitudes, as palavras que reforçam a auto-estima das crianças e favorecem o seu sucesso na sala de aula e na vida. Esse tipo de atitude pode ser decisivo na vida de uma criança ou um jovem.


Valorize o esforço e os trabalhos elaborados pelos alunos. Comente-os e exponha-os em murais e varais fora e dentro da sala de aula. Prontifique-se a ajudar sempre que chamado.

- Professor: Não desista de nenhum aluno

Todos precisam, têm direito e capacidade de aprender. Nem todos os alunos aprendem do mesmo jeito e no mesmo ritmo, embora todos sejam capazes de aprender. O desempenho escolar de um aluno é responsabilidade do professor, que deve ser compartilhada pela família e pela escola.


FONTE: www.todospelaeducacao.com.br
blog Lucia DE OLHO NA EDUCAÇÃO




METAS QUE O BRASIL PRECISA ALCONÇAR ATÉ 2022


Meta 1 – Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola
Meta 2 – Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos
Meta 3 – Todo aluno com aprendizado adequado a sua série
Meta 4 – Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos
Meta 5 – Investimento em Educação ampliado e bem gerido


Saiba mais
FONTE: http://www.todospelaeducacao.com.br/                           

                     


                           

PARA OS PAIS E RESPONSÁVEIS

Participar da Educação do seu filho, estar atento à qualidade do ensino, são boas maneiras de melhorar a Educação brasileira. Veja como você pode ajudar.


Melhorar a Educação brasileira é tarefa de todos nós. Cada um em sua área de atuação, todos os cidadãos podem ajudar a garantir Educação de qualidade para todas as crianças e jovens brasileiros, começando por garantir que todas as crianças saibam ler e escrever até os 8 anos.

Veja abaixo 18 dicas de como você pode fazer a sua parte:



1 - Entenda a situação da Educação
O primeiro passo para melhorar a Educação é entender como está a situação atual. Neste site, você encontra as principais informações sobre a Educação em cada um dos estados, municípios e escolas do Brasil. clique em http://www.todospelaeducacao/

2 - Dê o exemplo .com.br
A Educação começa assim que a criança nasce. Os exemplos que ela recebe em casa, na rua, na comunidade ajudam a criar o interesse pelo saber e fazem com que ela valorize o aprendizado.
Seja coerente, suas atitudes refletem as suas convicções. Como estudar é importante, comece você mesmo: estude. Seja curioso, pergunte, questione, procure entender, informe-se. Este é o melhor exemplo que você pode dar para o seu filho.

3 - Conheça e cumpra a lei
A Educação não é apenas um direito garantido por lei a todas as crianças e jovens brasileiros; é, também, um dever.
No início do ano letivo, ao realizar seu dever de efetivar a matrícula da criança, os pais devem também procurar ter conhecimento do calendário escolar. As escolas precisam garantir pelo menos 200 dias letivos, com um mínimo de quatro horas de aula por dia, descontados os recessos e férias escolares. Isso é lei.

4 - Mantenha canais de diálogo com seu filhoAo conversar com seu filho, você poderá compreender melhor suas experiências escolares, verificar o que vem sendo aprendido, conhecer melhor o funcionamento e a qualidade do ensino oferecido pela escola e ressaltar a importância de uma boa formação para sua futura realização profissional e pessoal.
É importante que seu filho perceba seu interesse, envolvimento e comprometimento com a Educação dele. Não restrinja o diálogo a problemas com as notas, estimule-o sempre a querer aprender mais, procure saber como está seu convívio social e, principalmente, mostre interesse pelo que ele está aprendendo. Perceba se ele está sendo bem aceito pela instituição. Pergunte diariamente o que ele pode lhe ensinar de novo.

5 - Cobre o comprometimento do seu filho
Verifique se ele está cumprindo suas obrigações escolares, tais como o dever de casa, a freqüência às aulas e a disciplina em sala de aula. Incentive e reconheça o respeito aos professores e aos colegas, e o seu bom desempenho em atividades escolares e extracurriculares.

6 - Evite faltas desnecessáriasUma vez que tenham matriculado seus filhos, é importante que os pais se organizem para que os alunos possam estar presentes diariamente nas aulas. A freqüência do aluno à escola é importante porque é a condição básica para ele aprender.
Se houver necessidade de mudança de escola durante o calendário escolar, a transferência deve ser realizada de forma planejada, com a solicitação dos documentos e do histórico escolar no tempo certo, a garantia de matrícula na escola de destino e as demais providências necessárias para não prejudicar os estudos da criança.

7 - Acompanhe o dever de casa
Uma forma eficiente de você saber em que seu filho tem dificuldade e quais são suas maiores habilidades é acompanhar diariamente a realização dos deveres de casa. Se os pais não têm condições, por falta de tempo ou mesmo de conhecimento, de ajudar a criança a fazer suas tarefas escolares, o melhor é pedir ajuda fora da família. Uma vizinha que estuda com o filho ou uma entidade que trabalha com reforço escolar podem ser uma ajuda preciosa.
Além disso, é preciso respeitar o período de estudos do seu filho. Estabeleça uma rotina, com tempo e espaço adequados para as tarefas. Acompanhe a aprendizagem, olhe os cadernos e, se for o caso, elogie o capricho. Verifique se sua casa tem livros e outros materiais de estudo e, se não tiver, ajude seu filho a procurar bibliotecas. Mostre-se disponível e ofereça ajuda sempre que necessário, ainda que seja para ouvir seu filho ler algo interessante que achou nos livros.

8 - Incentive o hábito da leitura
O gosto pelos livros e pela leitura pode ser estimulado pelos pais desde o nascimento dos filhos.
Leia e conte historinhas para as crianças. Leve-as a uma biblioteca pública ou presenteie-as com livros ou revistas de que elas gostem e que sejam adequados para sua faixa etária. Deixe que as crianças brinquem e manipulem os livros. Leia para elas e com elas, ou peça para que elas desenhem, leiam e interpretem para você alguma notícia ou texto interessante.

9 - Fique atento ao desempenho do seu filho
Não basta mandar as crianças para a escola. Elas têm de aprender de fato o que está sendo ensinado. Acompanhe o boletim escolar do seu filho e, se for verificado um desempenho fraco, a primeira coisa a ser feita é procurar o professor ou a professora para saber o que está acontecendo, ouvir suas recomendações e combinar um esforço comum da escola, da família e do próprio aluno. Se for o caso, você pode também procurar a ajuda de alguma entidade que trabalhe com crianças em atividades complementares à escola.
A criança com dificuldade tem direito a uma segunda chance, a uma atenção especial do professor, a uma oportunidade de participar de algum grupo de estudos da escola, para que possa superar sua dificuldade inicial e continuar aprendendo com sua turma.
Por outro lado, se seu filho é bem avaliado pelos professores e tem boas notas, valorize isso, elogie-o, estimule-o a sempre querer aprender mais e incentive a conclusão da Educação básica na idade correta.

10 - Demande Educação de qualidade para seu filho
"A escola só é boa quando o aluno aprende" - João Batista Araújo Oliveira.
É muito importante que seu filho consiga matricular-se e que compareça às aulas todo dia. Mas não é suficiente. Ele vai à escola para estudar, para aprender, para ter uma boa Educação. Cobre das escolas comprometimento com a qualidade do ensino oferecido, as qualificações dos professores, a adequação dos recursos e instalações escolares. Faça sugestões. Critique. Elogie. Participe de movimentos em prol de um ensino público de qualidade.


Neste site você encontra informações detalhadas sobre a Educação em cada estado, município e escola do Brasil. Clique aqui e veja como está a Educação na escola do seu filho.
É importante que os pais, educadores e lideranças comunitárias, analisem esses dados e informações na busca por soluções. Reuniões de Conselhos Escolares, associações de pais e mestres e assembléias abertas são mecanismos que podem ser adotados para envolver todos esse debate.
Se as soluções não puderem ser encontradas na união da escola, das famílias e das diversas organizações da comunidade, o próximo passo é envolver nessa busca o poder público – começando pelas autoridades locais e, se for o caso, passando às esferas do Estado e da União, à medida que isso se faça realmente necessário.

12 - Conheça o funcionamento da escola
A família tem o direito de conhecer o que seu filho vai aprender a cada bimestre e ao longo do ano. A escola deve garantir que este documento – a proposta pedagógica ou equivalente – seja produzido levando em conta as diretrizes, os conteúdos e competências previstos pelo Programa de Ensino da Secretaria de Educação, a partir de um planejamento conjunto dos professores, com a devida divulgação de forma clara e simples.
Procure conhecer também o Regimento Escolar. Assim, poderá ajudar a escola na aplicação dos recursos e incentivar seu filho a respeitar as normas escolares e a ter consideração e respeito por seus professores, colegas e outros membros da comunidade escolar. Exija que os professores passem dever de casa todos os dias e que eles sejam corrigidos e entenda como a escola avalia, aprova e reprova seus alunos.

13 - Participe das reuniões da escola
A sua participação em todas as reuniões programadas pela escola é fundamental. Você não deve, porém, ficar calado. Dê sua opinião e incentive outros pais a também comparecer e participar nessas ocasiões. Não tenha vergonha nem medo de apresentar o seu ponto de vista à diretoria e aos professores da escola. No diálogo aparecem boas idéias e podem ser encontradas boas soluções para os problemas do dia-a-dia escolar.

14 - Converse com os outros pais de alunos
Os pais dos alunos podem ter seus próprios encontros, sem a presença de diretores, professores, técnicos e funcionários para discutir mais livremente seus problemas e as soluções propostas. Os órgãos que associam os pais fora da escola (federações de associações de pais, por exemplo) devem fazer um esforço concentrado no sentido de prepará-los para um relacionamento mais cidadão, maduro, autônomo e crítico em relação não apenas às escolas, mas também às autoridades educacionais.

15 - Integre escola e comunidade
Os pais precisam estar dispostos a atuar para introduzir e integrar a escola na vida da comunidade e a comunidade na vida da escola. Todos só têm a ganhar com isso. A escola deve ser reconhecida como um dos centros da vida na comunidade, e essa pode colaborar com as iniciativas e projetos da escola.
Apóie a abertura da escola para a comunidade, organize e participe de atividades extra-escolares que acontecerem nas dependências da escola e incentive outros pais e amigos para participarem também.

16 - Exija uma Educação pública de qualidade
A busca por uma Educação de qualidade não é só um direito, mas também um dever de todos nós. Vivemos em um País democrático, e o peso da opinião e da vontade públicas já não pode ser ignorado pelos tomadores de decisões. É pelo nosso voto que os políticos chegam ao poder e, por isso, somos também responsáveis pelas políticas públicas voltadas para a Educação.

17 - Exija comprometimento dos gestores públicos
A Educação é um dos temas principais das políticas públicas e não pode ser instrumento de interesses partidários e eleitoreiros. Todos os cidadãos devem divulgar as boas propostas e, depois, acompanhar e cobrar o cumprimento das promessas feitas pelos políticos. Além de ajudar a Educação, o controle social é uma boa forma de exercer a cidadania e de contribuir para a democracia.

Atente também para que haja continuidade das políticas públicas que estão dando certo. A Educação, por depender de processos de longo prazo, pode ser muito prejudicada pela interrupção constante de políticas e projetos.

18 - Fiscalize os investimentos na Educação

Para que a Educação dê o salto de qualidade de que o Brasil precisa, é necessário que os recursos nela investidos sejam ampliados para, no mínimo, 5% do PIB. Reivindique essa ampliação, e cobre a aplicação eficiente e ética dos recursos destinados à Educação.

http://www.todospelaeducacao/,

      

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

HÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!!!! É CARNAVAL!!




O CARNAVAL vem chegando, e nas escolas a gente vai se organizando e discutindo, vai ter bailinho ou não? Bom se a resposta for sim, vou deixar aqui alguma contribuição para esse momento: a primeira essas fotos acima da festinha do ano passado, as máscaras ficaram fofas é super fácil de fazer, estou postando as fotos pela máscara das meninas elas amaram.... As máscaras de borboletinha. Fizeram o maior sucesso, o baile foi ótimo com direito a banho de espuma, confete e serpentina, patrocinado pela tia Vera e tia conceição. A outra e não esquecer as nossas machinhas cheia de musicalidades,na minha opinião para as crianças é melhor que esse axé que elas ouvem toda hora e o ano inteiro, nada contra o áxé da Bahia que por sinal eu adoro, mas as machinhas tem sua graça. Nesse periodo em especial, e ainda dá pra se trabalhar as letras das músicas nos primeiros e segundo ano ai vai algumas letras xau.Há também pesquisei um texto na net sobre a origem do carnaval. Acho que não é legal dividir com as crianças e meu assustador. Bom ficar só a título de informação e curiosidade.



AURORA
Mário Lago-Roberto Roberti, 1940

Se você fosse sincera
Ô ô ô ô Aurora
Veja só que bom que era
Ô ô ô ô Aurora

Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor
Madame antes do nome
Você teria agora
Ô ô ô ô Aurora


Õ BALANCÊ

Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
Ô balancê balancê

Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê balancê

Você foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê balancê

Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa e eu vou me acabando
No balancê balancê


ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959

Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!

Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!


A JARDINEIRA
Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938

Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo seu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu





O CARNAVAL é uma festa cristã ou pagã? Boa ou ruim?







A própria origem do carnaval ainda é algo indefinido para os historiadores. Muito embora o Carnaval, segundo a Enciclopédia Barsa, seja definido como “um conjunto de festividades populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas nos dias que antecedem o início da Quaresma, principalmente do domingo da Qüinquagésima à chamada terça-feira gorda”, podemos afirmar, com toda a certeza, de que se trata de uma festividade totalmente pagã, que não guarda nenhuma relação com o cristianismo.

O carnaval tem sido atribuído à evolução e à sobrevivência do culto de Ísis, dos festejos em honra de Dionísio, na Grécia, e até mesmo às festas dos "inocentes" e "doidos", na idade Média, dando origem aos carnavais dos tempos modernos.

Segundo relata o estudioso e pesquisador Hiram Araújo em seu livro Carnaval, a origem das festas carnavalescas não têm como ser precisamente estabelecidas, talvez possam estar ligadas aos cultos agrários, às festas egípcias e, mais tarde, ao culto a Dionísio, ritual que acontecia na Grécia, entre os anos 605 e 527 a.C.


Para a maioria dos pesquisadores, é provável que o Carnaval tenha se originado no Império Romano, ainda antes do nascimento de Cristo. Nessa época, celebravam-se as Saturnálias, festas em homenagem ao deus do tempo, Saturno. Elas aconteciam nos meses de novembro e dezembro, e todos os segmentos da sociedade participavam. Dos membros da nobreza aos escravos, todos se misturavam nas ruas para as comemorações, que incluíam muita comida, bebida, música e dança, nada muito diferente do que ocorre hoje.

Nos primeiros séculos a Igreja Católica não tinha expressão dentro do mundo greco-romano. Somente no século 4, o imperador Constantino publica o Edito de Milão (313 d.C.), que torna o catolicismo a religião oficial do Império e proíbe a perseguição de cristãos. A partir do século 4, a Igreja cria uma estrutura mais forte e elabora um cronograma oficial para as festas litúrgicas – Natal, Quaresma e Páscoa – dentro do calendário Juliano.

Como a Igreja pautava-se nos padrões éticos e morais, não permitia uma série de excessos na Quaresma, como a realização de bacanais e saturnálias. Então, as pessoas passaram a aproveitar o último dia antes do início da Quaresma para fazerem tudo a que “tinham direito”. O carnaval é realizado justamente neste período e remonta às características das festas pagãs.

Assim estas festividades pagãs foram movidas para antes do início desse período - a mesma data atual - e ganharam o nome de “carnem levare”, que em latim significa "adeus à carne", ou seja, uma despedida dos chamados prazeres carnais, dos tais excessos que caracterizavam as Saturnálias e eram, como ainda são, reprovadas pela Igreja.

É importante ressaltar que antes das Saturnálias (Romanas), no Egito, no período da estação do outono realizava-se a festa do boi Apis (animal sagrado). Escolhia-se o boi mais belo e todo branco o qual era pintado com várias cores, hieróglifos e sinais cabalísticos (branco = pureza, então, pintar o boi significa torná-lo impuro). O boi era conduzido pelas ruas e levado até o rio Nilo, onde era afogado. Em procissão, sacerdotes, magistrados, homens, mulheres e crianças, fantasiados grotescamente, iam atrás dele (o boi) dançando, cantando em promiscuidade até seu afogamento.

Frise-se que na mitologia Grega, Júpiter se fez passar por um boi, seduziu a princesa Europa e a conduziu para o mar até uma praia deserta onde a possuiu. É fato que estes relatos estão entrelaçados, pois o inimigo sempre atuou no mundo de forma discreta e às vezes até imperceptível para levar as almas à perdição, como na Babilônia, como mais adiante explico.

No entanto, a Saturnália iniciava-se com César e eram protegidas por Baco, o deus do vinho (daí o termo Bacanal). Nos dias de folia, tudo se invertia e ao participar dessa inversão, as pessoas representavam papéis, e fingiam ser o que não eram. Tanto que o rei da festa, o Rei Momo, era um escravo (da classe mais baixa de Roma) e podia ordenar o que quisesse durante as festividades. Durante seu reinado, era praticado, sobre o seu comando, todo tipo de orgia, bebedeira e lasciva. No término das festividades, ou seja, no final do quarto dia, o rei Momo era sacrificado de forma brutal no altar de Saturno. Mas quem afinal é a entidade Momo?

Momo era o deus da irreverência, e irreverência, segundo os léxicos, é sinônimo de desrespeito, profanação, sacrilégio, ofensa, desconsideração, desculto, desveneração e relaxo. E aqui eu faço uma pausa e chamo sua atenção! Diante desta definição de Momo dada pelos dicionários, pode-se afirmar com tranqüilidade que Momo nada mais é do que o próprio Satanás que se insurge contra o próprio Deus e leva os homens à profanarem seu próprio corpo que é o templo do Espírito Santo.

A própria Mitologia Grega relata que, por ser irreverente e profanador, Momo teria sido expulso do Olimpo (local onde os gregos acreditavam morar os deuses da sua mitologia). Mas porque afirmar que essa entidade era cultuada em Roma se a sua origem é Grega? Momo é uma das formas de Dionísio, o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo (para os Romanos), daí também se origina o termo Bacanal que significa festas orgísticas.

Frise-se que Saturno (deus cultuado nas saturnálias) também é conhecido como o deus sol e isso nos retrocede bem antes da época dos reinados Romano, Grego e Egípcio, nos levando até um homem chamado Ninrode (Gênesis, 10:8 a 12).


Voltando para os dias de hoje, antes do carnaval é feita uma eleição, e é escolhido um homem, que é coroado rei, para reinar e comandar os dias da festa, que é chamado rei Momo, que nada mais é do que uma representação viva de Satanás. Pode-se afirmar que o carnaval de hoje é a mesma festa que acontecia no passado, com algumas mudanças estratégicas feitas por Satanás, já que nos dias de hoje não seria aceitável o sacrifício do representante Momo, Satanás troca essa vida (o sacrifício do rei Momo) pela vida de todos os que são brutalmente assassinados no período do carnaval.

Mas o pior de tudo vem agora, pois após ser coroado, essa representação da entidade maligna, Momo, Baco, Dionísio, Saturno, deus sol (Ninrode, Tamus), recebe das mãos do prefeito da Cidade ou da autoridade máxima daquela localidade, Estado ou País, as chaves “da cidade” e este ato de entrega das chaves, no mundo espiritual tem uma repercussão devastadora, pois chave na Bíblia significa poder, autoridade, domínio, ligar, desligar e abrir e fechar. Isaias 22:22, Apocalipse, 1:18, 3:7, 9:1 e 20:1. Mateus, 16:19 “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céu; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”.

Assim, Satanás e sua legião de demônios literalmente passam a reinar no carnaval ao receber as chaves da cidade através de Momo e ligam espiritualmente os foliões ao inferno. Satanás é tão astuto que traz para todas as culturas e povos um modo de ser adorado, e ainda mais, faz com que ações sejam tomadas para afirmar sua posse sobre a terra (Mt. 4:8 e 9).

Por fim, em Mateus 4:10-11 está escrito: “Então Jesus o ordenou : Retira-te, Satanás, porque está escrito: ao SENHOR, teu Deus, adorarás, e só a ELE darás culto. Com isto o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram”.


Enfim, trago essa reflexão, para que nós, cristãos, pensemos coerentemente antes fazer parte desse festejo, pois há muitos que curtem o carnaval hoje em dia e até acham que o carnaval é bom, porém eles não têm consciência da armadilha maléfica que estão sendo induzidos a participar.



Robson
contato@canaldagraca.com.br





BOM DEPOIS DE LER TUDO ISSO FICO ATÉ COM MEDO DE BRINCAR CARNAVAL,RSRSRS. BEM, MAIS O QUE SE SABE, É QUE TAMBÉM O CARNAVAL JÁ FAZ PARTE DA NOSSA CULTURA, SENDO ASSIM, E SEM EXAGEROS PODEMOS NÓS DIVERTIR, UM POUCO OU ATÉ APROVEITAR ESSE PERIODO DE FERIADOS PRA DESCANSAR....

domingo, 17 de janeiro de 2010

MINHA FILHA MARIA JÚLIA



Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo
É o meu amor...

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância...

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só...

Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...


Composição: Arnaldo Antunes/ Carlinhos Brown/ Marisa Monte

“Educar é ensinar a pensar” Sara Pain

ENTREVISTA DE SARA PAIN Á NOVA ESCOLA

A psicopedagoga argentina condena a “transmissão mecânica dos conteúdos” e conta como trabalha para formar gente capaz de pesquisar e construir seu próprio conhecimento, condição indispensável para que as crianças pobres deixem de ser cidadãs de segunda classe Argentina radicada há 15 anos na França, a professora Sara Pain é, aos 61 anos, uma das maiores autoridades mundiais em sua área. Psicopedagoga, ela se dedica desde a década de 50 a investigar prioritariamente as dificuldades de prendizagem, que sempre atingem em maior grau as crianças de classes populares. Nos anos 60 e início dos 70, foi professora de Psicologia da
Inteligência e da Educação na Universidade Nacional de Buenos Aires e Mar del Plata. Forçada a sair de seu país em 1977 pela ditadura militar (que vigorou na Argentina de 1976 a 1986), dirigiu até os anos 80 projetos sobre problemas da inteligência e aprendizagem, desenvolvidos pela Unesco, em vários países do Terceiro Mundo. No mesmo período, trabalhou como pesquisadora associada no Centro de Epistemologia Genética, coordenado por Jean Piaget em Genebra, na
Suíça. E iniciou contatos com educadores brasileiros, tornando-se consultora científica de escolas e instituições de pesquisa do país, entre estas o Geempa (Grupo de Estudos sobre Educação e Metodologia de Pesquisa e Ação), de Porto Alegre (RS). A professora leciona atualmente em universidades francesas. Além disso, coordena um projeto de educação sistemática, voltado aos alunos das escolas públicas de Mar del Plata e da província de Córdoba, na Argentina. Esse
projeto procura oferecer aos alunos a oportunidade de se tornarem autodidatas já na escola primária. Nesta entrevista, Sara Pain detalha os objetivos do projeto e discute algumas de suas idéias contundentes sobre o papel e a atuação do sistema de ensino público nos países latino-americanos.
Nova Escola A senhora diz que apesar de alguns avanços, as dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar continuam sendo a tônica nos sistemas de ensino público. Como isso se explica?

Sara Pain Acredito que no Brasil, e em alguns países latino-americanos que conheço mais de perto, as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças não indicam que elas sejam menos capazes, mas se devem aos sistemas escolares, que continuam muito presos às técnicas de ensino e a uma transmissão mecânica dos conhecimentos já prontos e acabados. O resultado, todos sabemos, é o grande número de crianças reprovadas. Mas, mesmo que estas reprovações não acontecessem, a forma de transmissão dos conhecimentos já seria, como é, um grande problema. Porque ela resulta num aproveitamento muito pequeno das muitas horas passadas na sala de aula. Na maioria dos casos, as crianças continuam entrando e saindo das escolas sem aprender a pensar. Mesmo aquelas que são aprovadas.

Nova Escola O que precisa ser feito para mudar essa situação?

Sara Pain Para termos o salto de qualidade que queremos, penso que deve haver uma alteração substantiva nos princípios e na organização dos sistemas de ensino. Estes devem ter como objetivo último oferecer condições para que todos os alunos sejam capazes de possuir autonomia frente ao conhecimento construído socialmente. Além disso, para que o suplício da evasão e da repetência deixe de ocorrer, principalmente nas classes menos favorecidas, o sistema precisa se organizar numa programação permanente, na qual a criança avance sempre. Mesmo que umas sigam mais rapidamente que outras.

Nova Escola Esta programação que a senhora sugere está sendo aplicada na experiência
que vem sendo desenvolvida na Argentina?

Sara Pain Sim, ela se baseia nesta experiência, que é produto de quase duas décadas de pesquisas e estudos. Ela se iniciou na década de 70, com o trabalho desenvolvido em escolas situadas nos bairros mais pobres de Mar del Plata e da província de Córdoba. A meta de nosso grupo de trabalho era estabelecer uma prática de ensino que se antecipasse e prevenisse os problemas escolares dessas populações pauperizadas.
Nova Escola essa prática de ensino vem se mantendo nos mesmos moldes até hoje?

Sara Pain Ela evoluiu bastante e sofreu algumas modificações no funcionamento, em decorrência das dificuldades impostas pela ditadura que se instalou em meu país, com o golpe militar de 1976. Muitos de nós fomos perseguidos mas algumas experiências passaram despercebidas pela ditadura e continuaram sendo tocadas. Com o fim da ditadura, em 1986, fui chamada pelo Ministério da Cultura para retomar a orientação do programa, agora numa forma mais ampliada. Nessa segunda fase, minha atuação não está mais ligada diretamente ao atendimento dos alunos, mas à orientação dos coordenadores e professores.

Nova Escola A experiência propõe uma nova metodologia de ensino?

Sara Pain Não se trata exatamente de uma nova metodologia, mas de um programa cuja meta é desenvolver um ensino sistemático e mais racional na escola primária, que na Argentina tem sete anos. O objetivo deste programa e dar às crianças das classes menos favorecidas condições de pensar por si mesmas e aprender. Quando digo que nossa meta é dar-lhes condições de exercer plenamente sua cidadania, é porque acredito que, hoje, elas crescem e são levadas a se posicionar na sociedade como cidadãs de segunda classe.

Nova Escola Como a escola pode contribuir para que as crianças das classes populares
se tornem cidadãs de primeira classe?

Sara Pain Dando oportunidade a essas crianças de ter uma educação continuada. Dificilmente elas podem permanecer nas escolas após o curso primário, por razões sociais e econômicas bem conhecidas. O que propomos, então, é que pelo menos nesses anos de escolaridade essas crianças sejam instrumentadas para continuar, mais tarde, aprendendo por si, para que se tornem autodidatas. Queremos que elas tenham condições de se transformar em melhores leitores e escritores.

Nova Escola O que significa para a senhora ser um leitor e escritor melhor?

Sara Pain Significa ir muito além da simples alfabetização. A questão não é ensinar a ler e escrever para nada. A alfabetização não pode ser um fim mas um meio. O importante é ensinar a ler e a escrever para que a pessoa use esses instrumentos em sua vida cotidiana. E não só para ser um trabalhador mais completo, mas para viver melhor em todos os sentidos.
Nova Escola Como é que os estudantes, já a partir do curso primário, podem se
transformar em autodidatas?

Sara Pain Os princípios desse tipo de educação são a racionalização e a construção do conhecimento. A partir da ação das crianças procuramos orientálas no sentido da construção dos seus próprios conhecimentos, e de maneira a que possam dizer como chegaram a esse conhecimento. Na prática isto significa que nunca trabalhamos com conhecimentos prontos. Ao contrário, os alunos são estimulados a questionar, duvidar e perguntar sempre. O primeiro passo é que eles possam perguntar e saber como os sábios ou os cientistas chegaram a tal ou qual conhecimento, por que ele foi construído daquela maneira e a quais necessidades respondia ou responde. Nada deve ser apresentado como informação pura e simples, e sim acompanhado dos processos históricos que permitiram a sua construção, que envolveram várias pessoas.

Nova Escola É uma programação centrada na história do conhecimento?

Sara Pain Nosso interesse não é tanto com a história do conhecimento, mas com a maneira como esse conhecimento se faz e pode ser interpretado. Queremos que as crianças compreendam como trabalha um historiador, um engenheiro ou um físico. Normalmente, as escolas apresentam aos alunos umas tantas fórmulas físicas, por exemplo, que foram descobertas por este ou aquele pesquisador, e querem que todos memorizem os dados. Entendemos que essa memorização não serve de nada, pois mesmo que os conceitos ou fórmulas sejam importantes para a vida das pessoas, elas não terão condições e nem instrumentos para fazer as transferências necessárias. A informação perde o sentido, não se transforma em conhecimento. Nossa segunda preocupação é que as crianças estejam em sintonia com o mundo de hoje, tenham idéia dos avanços do conhecimento da ciência.
Nova Escola E como isso é possível, sem que haja um empobrecimento do ensino?

Sara Pain É um equívoco pensar que a escola sozinha pode dar conta de todo o conhecimento acumulado. Mesmo que as pessoas passassem a vida toda nos bancos escolares isso não seria possível. A escola precisa fazer um recorte consciente do que considera fundamental e trabalhar para despertar, em seus alunos, a curiosidade e o prazer de aprender.
Nova Escola A senhora acredita que estas são as condições para que as crianças possam
também produzir conhecimento?

Sara Pain Penso que este é o começo, um bom começo. Nosso propósito é que as crianças possam discutir quais são os problemas fundamentais da ciência hoje. Que elas saibam, por exemplo, qual a importância de podermos ver e medir o infinitamente pequeno e o imensamente grande. Ou, então, como a descoberta da teoria da relatividade mudou nossa percepção do universo.

Nova Escola Esses procedimentos bastam para mudar a qualidade do ensino?

Sara Pain Eles contribuem fortemente para isso, mas só funcionam, de fato, quando existe a vontade real de mudança. Pois requerem uma nova postura de todo o sistema de ensino, que parta do princípio de que as crianças têm o direito de aprender tudo isso. E de que para elas é muito mais interessante questionar, discutir, do que receber tudo mastigado. Além disso, tais procedimentos mudam a perspectiva do aprendizado, pois com eles o conhecimento ganha novo significado.

Nova Escola Nesse programa as turmas de alunos são organizadas em classes ou séries,
como nas escolas brasileiras?

Sara Pain Nos primeiros anos de escolaridade as turmas são organizadas em classes, já que as crianças ainda não possuem autonomia de estudo ou pesquisa. Mas não existe a seriação, e sim unidades de trabalho. Além disso, é uma exigência do programa que essas classes iniciais tenham um número limitado de alunos. Assim, no primeiro ano elas são compostas por 20 alunos, no segundo não podem passar dos 25. E, no terceiro, chegam aos 30 alunos. Daí em diante, e até o sétimo ano, as classes podem crescer bem mais.

Nova Escola As classes chegam a ter quantos alunos?

Sara Pain Hoje temos algumas turmas de quinto e sexto anos com mais de 60 alunos. No sétimo ano, as turmas funcionam normalmente com centenas de alunos numa classe, pois aí o autodidatismo já está suficientemente sedimentado. Eles participam de conferências e discussões e partem para investigar e aprofundar os temas sozinhos, tendo atrás de si toda a orientação e os materiais necessários. Dessa forma, as verbas para o ensino são racionalizadas e podem ser mais bem distribuídas nas turmas iniciais.

Nova Escola Como são feitas as avaliações e a promoção dos alunos no programa?

Sara Pain Como nossa programação é baseada em unidades de trabalho, não há repetência. A criança começa a estudar uma unidade no início do ano e, no final, se não conseguiu completá-la, retoma no ano seguinte de onde parou. Isto também faz com que as verbas para o projeto possam ser repartidas mais racionalmente. Não há necessidade de contratar professores novos para acompanhar repetentes.

Nova Escola Qual é o papel do professor no programa de ensino?

Sara Pain Ele atua como um educador, já que seu objetivo é ter alunos autônomos. Para nós, o educador é aquele que tem suporte para analisar a realidade e projetar sobre ela certos interesses que estimulam os alunos a querer conhecer mais. Ao contrário do que muita gente pensa, o ensino que parte da realidade da criança, do conhecimento que ela já tem, não é um ensino espontaneista, no qual o professor é só figurante.

Nova Escola Para ser um educador, o professor precisa ter uma formação diferenciada?

Sara Pain Ele precisa ser bem formado, ter uma bagagem sólida, como de resto todos os professores precisam. Aqueles que trabalham no programa, porém, passam por um treinamento, já que não podemos estimular a autonomia se nós próprios não sabermos bem o que é isso.

Nova Escola Como é a prática desses professores na sala de aula?

Sara Pain Tudo é uma questão de mudança de atitudes frente ao aluno e ao processo de ensino. Os professores devem exercer sua autonomia plena até para saber onde buscar os profissionais que dominam conhecimentos que eles não têm. Nós tivemos o caso de uma turma que estava trabalhando medidas e o professor sabia, por exemplo, calcular a altura de uma pessoa ou de uma montanha em relação ao nível do mar, mas não tinha idéia de como esse conceito fora construído. Para saber mais, procurou um geógrafo do Instituto de Cartografia, que lhe explicou detalhadamente todo o processo. E este foi reproduzido depois, na discussão com os alunos.
Nova Escola Quantas turmas já completaram todo o ciclo da programção?

Sara Pain Este ano estamos com a terceira geração de crianças completando todo o ciclo, que é organizado para ser percorrido em sete anos. Essas três gerações são uma prova contundente de que essa programação de ensino funciona e pode ser feita.

Nova Escola E essa programação pode ser generalizada para toda a rede de ensino?

Sara Pain Não acredito que o governo torne o programa nacional. Principalmente porque sua implantação, no início, é mais dispendiosa que a do sistema de ensino atual. Requer o treinamento e a atualização constante dos professores e necessita de escolas bem instaladas, com boas bibliotecas e laboratórios.

Nova Escola Qual é a abrangência do programa hoje?

Sara Pain Ele atinge cerca de um quarto das escolas da província de Córdoba e metade das escolas da periferia de Mar del Plata. Os responsáveis diretos pela programação hoje também não permitem sua expansão, até que existam mestres em condições de desempenhá-lo bem.

Nova Escola no Brasil, que trabalhos a senhora tem desenvolvido por aqui?

Sara Pain Meu contato com o Brasil é antigo e muito produtivo. Oriento teses e projetos na área de Psicopedagogia e sou consultora de algumas escolas particulares. O trabalho mais antigo, porém, desenvolvo em Porto Alegre (RS), onde sou consultora científica do Geempa desde 1982. A equipe do Geempa me chamou para assessorar nas discussões dos problemas de aprendizagem e do fracasso escolar. Partindo do pressuposto de que o desejo de aprender é inerente ao ser humano, começamos a questionar a relação aluno-professor e chegamos à conclusão de que este não-aprendizado, seguido pela evasão e repetência, é, na maioria dos casos, resultado da atitude do próprio professor, que acredita nos “limites” da criança mais pobre.
Nova Escola quais as conseqüências tiradas destas conclusões?

Sara Pain A primeira delas foi a de que era preciso desmitificar a pobreza, do ponto de vista antropológico e sociológico, junto aos professores. Nós acreditamos que a repetência e a evasão se reproduzem muito mais nessa faixa mais pobre porque os alunos desistem de aprender depois de vários anos de insucesso. Eles e suas famílias internalizam a idéia de que são incapazes mesmo.

Nova Escola Muitas das propostas do Geempa foram estendidas à rede municipal de
ensino de Porto Alegre durante os quatro anos em que a professora Esther Grossi
foi secretária da Educação. A senhora acompanhou este trabalho?

Sara Pain Acompanhei como observadora atenta e muito curiosa, pois achava que a equipe da Secretaria estaria enfrentando uma prova de fogo, levando-se em conta o acúmulo de tarefas, problemas e entraves que sempre existem em instituições como esta, normalmente de tendências burocráticas. Além disso, como esta seria a primeira vez que as idéias do construtivismo orientavam toda uma rede pública de ensino e atingiam milhares de crianças das classes populares ao mesmo tempo, estava bastante curiosa para ver a evolução do trabalho.
Nova Escola E como a senhora avalia a experiência desenvolvida?

Sara Pain Dentro das limitações, foi um trabalho extraordinário, feito com um ritmo e um entusiasmo elogiáveis. E acredito que isso se deve ao fato de que a equipe tinha, além de um método de ensino, convicções pedagógicas que davam coerência, fundamentação científica e seriedade a todas as ações implementadas. Nada que se fez foi feito gratuitamente. O mais importante para mim é que a experiência se orientou no sentido de permitir que as crianças pensassem sobre a própria construção da linguagem.

Nova Escola Quais são, então, as limitações a que a senhora se refere?

Sara Pain A única crítica que faço ao trabalho, e que já discuti muitas vezes com o pessoal do Geempa, pois ela se repete nas propostas do Grupo, é a de que ele ficou muito centrado na alfabetização. Isso é muito pouco ambicioso. Em nossos países não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade de ajudar as crianças a ampliar sua autonomia e domínio das formas de conhecimento. O trabalho deveria ir muito mais além, envolvendo, pelo menos, toda a escola primária. Acredito que só assim ele ganharia solidez e a garantia de que essa alfabetização será realmente útil, possibilitando às crianças condições de que continuem trabalhando para criar textos, para criar conhecimento.

Nova Escola E o que entravou o avanço do construtivismo para as outras séries?

Sara Pain para a alfabetização, que era necessário, foi tão enorme que não deixou espaço e
tempo para o segundo passo. Por outro lado, porém, há a questão do
construtivismo, que, na minha opinião, não conseguiu desenvolver ainda uma
visão de conjunto do processo de aprendizagem. Concentra forças na
alfabetização do sujeito, mas não tem idéia do cidadão que quer ver formado no
final da escola primária. Embora eu não negue que as idéias e ações do
construtivismo têm desempenhado um papel dos mais importantes para
diminuir, nos primeiros anos de escolaridade, o fracasso escolar em nossos
países.

Nova Escola Mas a senhora tem afirmado que o fracasso escolar, nos países latinoamericanos,
pode ser analisado por vários aspectos. Quais são eles?

Sara Pain O que tenho repetido é que há pelo menos dois tipos de fracasso escolar. E um terceiro, que o próprio sistema de ensino contabiliza como fracasso, mas que, na minha opinião, é um êxito do ponto de vista do papel que este sistema cumpre em nossas sociedades. O raciocínio parece estranho, mas ele fica claro quando se leva em conta que uma das funções da escola é justamente a repetição do status quo da sociedade. Na minha opinião, se 50% dos estudantes das escolas públicas se perdem pelo caminho, são excluídos do sistema escolar ou saem dele com instrumentos muito fracos para seguir estudando é porque esta taxa atende às necessidades mínimas de reprodução do sistema.

Nova Escola Que necessidades da sociedade são essas que levam a escola a expulsar
tanta gente?

Sara Pain Esses 50% serão a mão-de-obra barata da sociedade, que hoje é um pouco melhor do que aquela de épocas anteriores, porque a produção está mais exigente. Mas, mesmo assim, continuam sendo trabalhadores desqualificados, que não obtêm da escola os instrumentos para mudar a qualidade de sua vida. Para agravar, tais pessoas passam ainda por um processo de degradação cultural, ou de aculturação. A escola tira essas crianças da cultura oral, por exemplo, e não é capaz de lhes dar uma boa cultura letrada. Nesse sentido é que considero esse fracasso como intencional, como um êxito do sistema.

Nova Escola E o que a senhora vê realmente como fracasso escolar na escola?

Sara Pain O primeiro tipo é aquele fracasso das crianças, vindas de famílias pauperizadas, que não aprendem porque já chegam prejudicadas à escola. Seja porque não têm o vocabulário exigido por essa escola, ou não convivem com um ambiente letrado em casa, ou ainda porque não possuem os materiais mais simples, como um caderno ou um lápis. O segundo tipo é o fracasso mais pontual, aquele das crianças que não se adaptam ao sistema escolar por problemas orgânicos, corporais ou emocionais. Este é que deve ser objeto de tratamento clínico da psicopedagogia.

Nova Escola De que maneira a escola deve agir para evitar o chamado fracasso social?

Sara Pain Penso que a escola deve trabalhar sempre para demonstrar que,
apesar de tudo, estas crianças podem aprender tanto quanto as outras. Nesse
aspecto, o professor cumpre um papel decisivo. Mas não podemos cair na
armadilha de acreditar que a solução do fracasso social está nas mãos da escola
ou do professor. Esta situação só será resolvida com a diminuição das
desigualdades sociais e com uma distribuição de renda mais justa. Sem estas, o
fracasso social pode ser solucionado aqui e ali, mas nunca erradicado.

Elvira de Oliveira
Para saber mais
Livros de Sara Pain publicados no Brasil:
- Psicopedagogia Operativa
- A Função da ignorância — Estruturas inconscientes do Pensamento
- A Função da Ignorância — A Gênese do inconsciente
- Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem
(todos editados pela Artes Médicas, de Porto Alegre, RS); e
- Psicometria Genética, Casa do Psicólogo, SP.

sábado, 16 de janeiro de 2010

PARCERIA





Nascemos sós. E por mais que a nossa busca maior na vida seja conviver com os outros, e por mais que a nossa volta hajam milhares de pessoas, vivemos e morremos sós. Somos sozinhos em nossos pensamentos, em nossos delírios oníricos, em nossos desejos secretos. Somos sós em nossas aspirações, conclusões e escolhas. E sendo assim, tão triste a realidade da solidão, parece estranho pensar que é a parceria quem torna a vida menos fugidia e mais cheia de sentido.

Temos parceiros no amor, na amizade, no jogo de volêi, nas brincadeiras da infância, nos trabalhos de escola. Algumas vezes, o parceiro é um amigo. Outras vezes, é um desconhecido útil. Outras vezes ainda, é só um parceiro. E em algumas vezes, nem mesmo gosta de você. Mas não faz mal. O importante é que os parceiros são aqueles que se unem para fazer algo em comum. E fazem.

Quando o assunto é parceria de trabalho, nem sempre há consenso. Algumas escolas não só não incentivam como proíbem que as professoras conversem e trabalhem juntas. Outras, obrigam o contrário, pensando que a parceria pode ser simplesmente institucionalizada como um bem necessário, imposta. Em algumas escolas, os parceiros se escolhem. Outras, são escolhidos. Acredito eu que o trabalho em parceria é algo que deve ser conquistado, refletido e repensado sempre, não como um arranjo técnico, mas como uma possibilidade democrática de convivência e construção do conhecimento pedagógico. Mas é difícil ver quem leve isso a sério. A verdade é que nesses quase 9 anos de magistério eu já vi muita coisa, mas poucas vezes vi alguém, em um momento de parada pedagógica, falar seriamente sobre a parceria, o que ela contribui para o trabalho do dia-a-dia e como pode ser melhorada. Acho que pensar melhor a parceria entre as professoras é uma mina de ouro que boa parte das escolas ainda não descobriram.

Esclareçamos. Estar junto nem sempre é estar em parceria. Parceiro não "rouba" idéias, compartilha. Parceiro não adula gratuitamente, mas puxa a orelha quando é necessário. Parceiro não esconde o que faz de bom, mostra para que você faça também. Parceiro não concorda com tudo, mas expõe os pontos de vista. Parceiro não puxa tapete, mas entende que o seu sucesso é o sucesso dele também. Parceiro avisa, dá um toque de que você está pisando na bola, esclarece aquele ponto que você não entendeu, contribui para que você cresça e aprenda. O parceiro é aquele que elogia quando ninguém parece dar bola para o que você faz, e critica contrutivamente o seu trabalho de uma maneira que só quem acompanha de perto pode fazer. O parceiro é uma extensão dos seus olhos, ouvidos e boca profissionais, e deixa que você seja alguém assim pra ele também. Como naquela corrida de bastões, como em revezamento de nadadores, como tênis de duplas, como esquema tático de futebol. Cada um na sua, mas todos juntos para um objetivo comum.

Nem sempre é preciso amizade em uma parceria, mas é preciso afinidade. Sem pensar parecido, parceiros não se entendem. Há experiências traumáticas, e talvez seja por isso que tem quem jure que é melhor trabalhar sozinho. Com certeza, é muito mais fácil fazer tudo do seu jeito do que tentar um acordo, principalmente se a diferença com a outra pessoa é grande. E em algumas horas, o trabalho solitário é necessário mesmo. Estar sozinho é bom para fazer coisas que ninguém pode fazer com e por você, para colocar em prática idéias que são só suas, e que você ainda não achou jeito de compartilhar. Há que se respeitar a individualidade para que ela não seja tão sufocada ao ponto de perdermos a identidade. Porém, na maior parte das vezes, é o trabalho em parceria que enche de riqueza as nossas vidas, nossas salas de aula.

Cada parceiro é de um jeito. Eu sou assim, meio desorganizada, detesto qualquer tipo de controle cego, não me submeto a uma rotina a não ser que me convença da necessidade dela. Sou bagunceira, escrevo demais, falo o mesmo tanto, misturo papéis, tenho idéias o tempo todo de um jeito quase compulsivo, dificilmente levo preocupações comigo que durem mais de uma semana e gosto de observar, intuir e sentir mais do que analisar, contabilizar e quantificar. E sendo desse jeito, já trabalhei com muita gente diferente de mim, e gente parecida também. E cada uma das pessoas com quem estive me acrescentou muitas coisas, mudaram coisas em mim. Tenho certeza que no trabalho que eu faço hoje tem um pouquinho de cada parceiro que já tive na vida.

Claro, nem sempre tudo é lindo, gostoso, divertido. O preço da parceria é a dificuldade do ajuste, do entendimento. É necessário abrir mão de algumas coisas, é necessário assumir erros que não são seus, é necessário ter paciência e muita clareza de objetivos. É necessário ter humildade para não bancar a sabichona o tempo todo, e ter segurança para sustentar o que se pensa quando se tem como parceiro alguém que sufoca. É necessário ter a sabedoria e o jogo de cintura para saber quando é a hora de respeitar as diferenças individuais e quando é a hora de modificar essas mesmas diferenças, sempre em prol de um bom trabalho. E tudo isso é um aprendizado longo, que nunca acaba.

Mas, pessoalmente falando, não posso reclamar, não. Sempre tive sorte nas minhas parcerias. Eu tenho boas lembranças dos parceiros com quem já estive. Alguns se tornaram bons amigos que eu guardo em lugar sagrado no coração, e vou guardar pra sempre. Outros, passaram e se foram. Mas sempre deixaram boas coisas comigo.

Por isso, quero agradecer a todos eles por terem me ensinado, dividido sorrisos e lágrimas, por terem xingado, concordado e discordado de mim, por terem dividido trabalho, por terem me ajudado e amparado, por terem sido companheiros em horas em que eu mesma não consegui ser. E um beijo especial as minhas duas parceiras atuais, Nágila Lima e Edilama Batista, por me aguentarem mais de perto todos os dias. :-)

"Sozinhos, vamos mais rápido. Mas juntos, chegamos mais longe."

Escrito por Karina
Postado por li, gostei, postei


Todos juntos

Para o musical infantil Os saltimbancos


Uma gata, o que é que tem?
- As unhas
E a galinha, o que é que tem?
- O bico
Dito assim, parece até ridículo
Um bichinho se assanhar
E o jumento, o que é que tem?
- As patas
E o cachorro, o que é que tem?
- Os dentes
Ponha tudo junto e de repente vamos ver o que é que dá

Junte um bico com dez unhas
Quatro patas, trinta dentes
E o valente dos valentes
Ainda vai te respeitar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

Uma gata, o que é que é?
- Esperta
E o jumento, o que é que é?
- Paciente
Não é grande coisa realmente
Prum bichinho se assanhar
E o cachorro, o que é que é?
- Leal
E a galinha, o que é que é?
- Teimosa
Não parece mesmo grande coisa
Vamos ver no que é que dá

Esperteza, Paciência
Lealdade, Teimosia
E mais dia menos dia
A lei da selva vai mudar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

E no entanto dizem que são tantos
Saltimbancos como somos nós.

Para o musical infantil Os saltimbancos 1977*
Postado por Djanira magalhães às 14:53

Todos juntos

Para o musical infantil Os saltimbancos


Uma gata, o que é que tem?
- As unhas
E a galinha, o que é que tem?
- O bico
Dito assim, parece até ridículo
Um bichinho se assanhar
E o jumento, o que é que tem?
- As patas
E o cachorro, o que é que tem?
- Os dentes
Ponha tudo junto e de repente vamos ver o que é que dá

Junte um bico com dez unhas
Quatro patas, trinta dentes
E o valente dos valentes
Ainda vai te respeitar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

Uma gata, o que é que é?
- Esperta
E o jumento, o que é que é?
- Paciente
Não é grande coisa realmente
Prum bichinho se assanhar
E o cachorro, o que é que é?
- Leal
E a galinha, o que é que é?
- Teimosa
Não parece mesmo grande coisa
Vamos ver no que é que dá

Esperteza, Paciência
Lealdade, Teimosia
E mais dia menos dia
A lei da selva vai mudar

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

E no entanto dizem que são tantos
Saltimbancos como somos nós.

Para o musical infantil Os saltimbancos 1977*

O CONTRÁRIO DO AMOR


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.


Martha Medeiros

FECHANDO CICLOS

É preciso saber sempre quando se acaba uma etapa da vida. Se insistirmos em permanecer nela, depois do tempo necessário, perderemos a alegria e o sentido do resto. Fechando ciclos, fechando portas ou fechando capítulos, como queira chamar, o importante é poder fechá-los, deixar ir momentos da vida que se vão enclausurando.


Terminou seu trabalho? Acabou a relação? Já não mora mais nessa casa? Deve viajar? A amizade acabou? Você pode passar muito tempo do seu presente dando voltas ao passado, tentando modificá-lo... O desgaste será infinito, porque na vida, você, seus amigos, filhos, irmãos, todos nós estamos destinados a fechar capítulos, virar páginas, terminar etapas ou momentos da vida, e seguir adiante.

Não podemos estar no presente sentindo falta do passado. O que aconteceu, aconteceu. Não podemos ser filhos eternamente, nem adolescentes eternos, nem empregados de empresas em que já não trabalhamos, nem ter vínculos com quem não quer estar vinculado a nós. Os acontecimentos passam e temos que deixá-los ir! Por isso, às vezes é tão importante esquecer de lembrar, trocar de casa, rasgar papéis,
jogar fora presentes desbotados, dar ou vender livros... As mudanças externas podem simbolizar processos interiores de superação. Deixar ir, soltar, desprender-se... Na vida, ninguém joga com cartas marcadas e tem que aprender a perder e a ganhar. O passado, qualquer que tenha sido, passou: não espere que o devolvam. Força nenhuma o trará de volta, nem para o mal nem para o bem.

Também não espere reconhecimento, ou que saibam quem você é. A vida segue para frente, nunca para trás. Se você anda pela vida deixando portas "abertas", nunca poderá desprender-se, nem viver o hoje com satisfação. Casamentos, namoros ou amizades que não se fecham, possibilidades de "regresso" (a quê/ para quê?), necessidade de esclarecimentos, palavras que não foram ditas, silêncios... Aquele ciclo está concluído, boa ou má tenha sido a conclusão. Você já não se encaixa ali, naquele lugar, naquele coração, naquela casa, naquele escritório, naquele cargo... Você já não é o mesmo que foi há dois dias, há três meses, há um ano... Portanto, nada tem que voltar. Feche a porta, vire a página, feche o círculo! Você nunca foi ou será o mesmo, e nem o mundo à sua volta, porque a vida não é estática. É saúde mental - amor por você mesmo, respeito - desprender-se do que já não está em sua vida.

Lembre-se de que nada, nem ninguém é indispensável ou insubstituível. É um trabalho pessoal aprender a viver com o que dói, deixar-se ir. É o processo de aprender a desprender-se. E isso o ajudará definitivamente a seguir para a frente com tranqüilidade. Afinal isso é a vida!

Martha Medeiros

QUE VENHA 2010 !!!!!!!!


O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho. É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças.
O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...
Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Eu quero viver bem... E você? 2009 foi um ano cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas e perdas, reencontros... Normal.
2010 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o Homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo pra todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência. O nosso desejo não se realizou? Beleza... Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: 'cuidado com seus sonhos, desejos, eles podem se tornar realidade!).
Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano... Mas, se agente se entender e permitir olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes. Desejo para todo mundo esse olhar especial!
2010 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente. Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
2010 pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... De você.
Pode ser... E que seja!! Arnaldo Jabor

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PEDAÇOS DE MIM



Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.


Martha Medeiros