"Se quisermos modificar algum coisa, é pelas crianças que devemos começar." (Ayrton Senna)

sábado, 25 de agosto de 2012

O romance do Artigo e do SubstantivoPDFImprimirE-mail


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos.
Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
 
 
Fonte.http//www.letrasetc.com.br

SORRIA VOCÊ ESTÁ SENDO MANIPULADO !!!



Ameiii esse vídeo, é bem antingo de 2007 , mais ainda está  atualíssimo...
 
O gigolô das palavras.
  
 
 
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão !”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover… Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas – isso eu disse – vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

RETORNO

Tanto tempo depois, retorno aqui,não é que eu tenha abondonado o blog rsrsrs,É que o tempo anda me escapando, fugindo de mim, e os dias passam cada vez mais rápido. Trabalhar em duas escolas, estudar, ler, trocar idéias com os colegas do grupo, planejar, registrar, escrever. Nada disso é muito fácil, nem muito simples, principalmente se você quer fazer bem feito.  De vez e quando, no meio da papelada, dos compromissos e dos dias que passam voando, eu paro... E sinto falta desse espaço tão querido. Estava me dedicando mais ao outro blog Grupo Saberes , http://geempa-fortaleza.blogspot.com/ ,mas a vontade de estar aqui estava sempre comigo.

Tempus fugit, vita brevis. O tempo foge, a vida é curta. A expressão em latim, tão usada por poetas, religiosos, escritores, pintores e pensadores me disseca e me recompõe com precisão. Onde foi que eu deixei de segurar o leme da minha vida, e deixei ela correr na minha frente desse jeito? Não dá. Não pode. Quero o tempo na minha mão. Não para segurá-lo, nem para retorná-lo. Mas para fazer com ele o que eu acho que é bom fazer, e não deixando as coisas se fazerem sozinhas, a minha revelia.


Quero aprender muito, ser uma professora melhor, estudar, tentar outras coisas diferentes. Mas também quero outras coisas. Quero voltar a ter tempo pros amigos. Quero os meus finais de semana de volta. Quero me apaixonar perdidamente de novo e poder ficar sonhando acordada, perdendo tempo com pensamentos românticos e beijo na boca. Quero voltar pro curso de psicopedagogia , quero terminar esse curso, a monografia rsrs sem sofrer. Quero sessão de cinema semanal, quero passeio à toa, quero ligações longas, quero cuidar da minha casa e da minha filha, da  minha vida, quero fazer planos, cozinhar. E quero ter tempo de sonhar, que sem sonho, nada de significativo posso fazer. E quero também continuar postando aqui. Quero vida com V maiúsculo. Ainda não sei como achar um meio termo em tudo isso... Mas sei que querendo, eu vou achar um jeito. Por hora, fica apenas a vontade de fazer tudo ao mesmo tempo, e a consciência de que, na vida, minhas prioridades são mais importantes que tudo. Eu não vou fugir do tempo, vou aproveitá-lo. Ele é que corra de mim. rssrsrs



Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
A vida não pára.
Enquanto o tempo acelera e pede pressa,
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa...
A vida tão rara.
Enquanto todo mundo espera a cura do mal,
E a loucura finge que isso tudo é normal,
Eu finjo ter paciência.
O mundo vai girando cada vez mais veloz,
A gente espera do mundo, o mundo espera de nós:
Um pouco mais de paciência.
Será que é o tempo que me falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara... Tão rara...
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma,
Eu sei, a vida não pára... A vida não pára..."


 FONTE:  NET

sábado, 2 de outubro de 2010

DIA 15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR




Paulo Freire: Verdades da Profissão de Professor

Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.




quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ROTINA PARA SALA DE AULA

                         

Uma boa aula

ROTINA NA AULA SOCIOCONSTRUTIVISTA

1. Leitura compartilhada - O professor lê todos os dias para os alunos, vários tipos de textos como: notícias, contos, poesias, histórias, fábulas, etc.

Lê por prazer, sem cobrar atividades nenhuma após esta leitura.

Objetivos: Professor enquanto modelo de leitor. Desenvolver no aluno o prazer pela leitura.

2. Roda de conversa - Professor e alunos conversam sobre assuntos variados.

Objetivos: Desenvolver no aluno a competência/oralidade. Falar o que pensa em grupos diversos, ouvir e respeitar as falas e pensamento de outras pessoas, dialogando, trocando, sendo crítico, etc.

Pode-se propor ao final o registro num texto coletivo do assunto debatido. O texto deve ser curto ( de preferência um parágrafo).

Sugestão: Criar caixas na sala com temas variados e neste momento, um destes temas, uma notícia, por exemplo, é sorteada.



3. Agenda - Atividade de cópia de texto com função social na língua (letramento)

Objetivos: Desenvolver técnicas de escrita (escrever da esquerda para a direita na linha, com capricho, etc.), além de registro diário das atividades realizadas durante a aula para acompanhamento dos pais.



4. Atividades de leitura - Esta atividade e imprescindível para a alfabetização. Todos os dias os alunos deverão desenvolvê-la. Lembre-se o bom escritor é antes um bom leitor. Deve ser realizada preferencialmente com textos que já sejam do domínio dos alunos que ainda não sabem ler convencionalmente.

Objetivos: Ler quando ainda não sabe ler (convencionalmente). Ajustar o falado ao escrito. Desenvolver a leitura.

Atividades de leitura: Leitura de ajuste, localizar palavras no texto (iniciar com substantivos) Ordenação de textos (frases, palavras), palavras cruzadas, caça. - palavras, adivinhas, localização de palavras nos textos, roda de leitura, roda de poesia, empréstimo de livros, projetos de leitura, etc.

É fundamental que intervenções tais como o trabalho com a letra inicial e final das palavras sejam feitas constantemente.

5. Atividades de escrita - Só se aprende ler, lendo e só se aprende a escrever, escrevendo. Copia é uma coisa, produção de escrita é outra. Na atividade de escrita, a criança escreve do jeito que ela sabe (hipótese de escrita) e o professor faz intervenções necessárias em relação à escrita, direto com o aluno.

Objetivos: Avançar na reflexão da Língua. Resolver a letra a ser usada (qualidade de letra), quantas letras usar (quantidade de letras), escrever textos com sentido (inicio, meio e fim), revisar ortografia e gramática, etc.

Atividades de escrita: Propor atividades de escrita com o alfabeto móvel completar textos (lacunas no início ou no final da frase), produção escrita de textos individuais e coletivos (listas, histórias, contos, etc.), reescrita de texto que se sabe de cor, revisão de textos, palavras cruzadas (sem banco de palavras), etc.

6. Atividade móvel - Este espaço é para que cada professor trabalhe de acordo com sua turma, jogos matemáticos, sala de leitura; Ciências, Estudos Sociais, Recreação e Artes.

É importante lembrar que nosso dia-a-dia escola, devemos estar desenvolvendo atividades de caráter interdisciplinar e transdisciplinar.
7. Atividade de casa - A atividade de casa é alvo de dúvidas e críticas por parte dos pais e dos professores (ou porque não tem "dever de casa" ou porque tem “dever de casa” demais ou porque “os alunos não fazem o dever”, etc.). O ideal é que a atividade de casa, planejada com antecedência, seja um desafio interessante, difícil, mas possível, que o aluno possa resolver sozinho.

Objetivo: Criar o hábito de estudar fora da escola, desenvolver a autonomia e a auto-aprendizagem.

Atividades de casa - Cruzadinha, caça-palavras, empréstimo de livros (6◦ feira trazer na 2◦ feira), leitura de textos e posterior ilustração, coletar rótulos, ler algo interessante e trazer para sala de aula, coletar materiais de sucata, observar fenômenos da natureza para posterior relato, pesquisas orais e escritas, etc.


fonte : net

domingo, 19 de setembro de 2010

AULA DE VERDADE E AULA DE MENTIRA

                                   
                   


Eu me lembro quando era estagiária. Entrava na sala de aula de uma professora que me recebia bem, de braços abertos. E sentava lá no fundo. Minha função era observar. E, observando, via um monte de erros da pobre da professora. Criticava, e achava todos eles um absurdo. E pensava comigo ,mesma como eu faria melhor, muito melhor. Balela. Hoje me vejo fazendo muitas daquelas coisas. Algumas sem querer, outras querendo mesmo, porque a prática me ensinou que é melhor assim. Porque tem uma diferença bem grande entre o pensar e o fazer. Uma diferença bem grande entre a teoria e a prática. Uma diferença bem grande entre a aula de mentira e a aula de verdade. Não porque as pessoas gostem de mentir. Mas porque gostam de imaginar. E quem imagina, imagina perfeitamente.

Eu vejo muita aula de mentira por aí. Vejo em fitas de cursos, vejo em relatos de professoras, vejo em livros, vejo em pessoas planejando, vejo em utopias, em realidades diferentes. A minha aula no plano é de mentira, até acontecer. Eu imagino ela passo a passo, descrevo, penso sobre ela. E quando ela acontece, ela vira aula de verdade.

 
E aula de verdade é assim: tem criança brigando e fazendo barulho o tempo todo. Tem criança dispersando, fugindo do assunto. Tem bilhetes ofensivos de pais na agenda. Tem criança doente, com febre, criança que vomita na sua roupa, as vezes faz cocô na calça, e precisa de você no banheiro pra ajudá-la. Tem criança carente, que te chama de mãe. Aula de verdade tem material que falta, que quebra; tem barulho externo, tem calor dentro da sala, tem irritação. Tem má vontade das crianças, tem dias de mau humor seu. Tem barca furada, tem informação errada, tem livro ruim, tem improvisação que dá errado. Aula de verdade tem plano que dá errado também, totalmente errado. E tem gente batendo na porta em hora imprópria, tem aparelho de som que não funciona, tem cadeado de vídeo que não abre, tem chave que some. Tem tinta que cai no chão, tem sujeira de papel recortado, tem mesa riscada de giz, tem lanche derramado, tem lápis sem nome caído no chão. Aula de verdade tem incompreensão com os outros adultos da escola, tem divergência com a parceira, tem divergência com pontos de vista da coordenadora, da diretora, das outras pessoas. Em aula de verdade, às vezes sobra tempo, às vezes falta tempo. Em aula de verdade, tem criança que chora, criança que fala demais, que é agressiva, que é tímida, que pega coisas dos outros e esconde, que é revoltada. Tem criança que não aprende, por mais que você tente. E tudo isso é de verdade. Muita verdade. Quem já deu aula, sabe que é assim. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIDERANÇA

Seja um Líder


O novo líder do século XXI deve ser diferente de tudo o que possa vincular a sua posição a um status de poder autoritário. Ao contrário; precisa desenvolver uma perfeita habilidade para conduzir sua autoridade, influenciando e motivando seus liderados, estimulando-os a contribuir para a realização do objetivo ou do projeto em execução. Deve socializar as responsabilidades de maneira sutil, vinculando o sucesso de cada membro ao sucesso do grupo. Obviamente; sempre será necessário exercer alguma forma de poder para liderar uma equipe. No entanto, o autoritarismo deve ser descartado e substituído por preceitos mais eficientes embasados em relações mais humanas.


Os líderes do passado, preferiam manter as pessoas em estado de ignorância para facilitar a manipulação através da intimidação e do autoritarismo. Felizmente essa era está chegando ao fim. Quem tenta se manter na liderança utilizando-se dessa filosofia está fadado ao fracasso, visto que hoje existem poucos seres humanos ingênuos. Para liderar e obter êxito nos dias atuais é necessário ter paciência, humildade disciplina, respeito e compromisso. Além do mais num mundo competitivo como o de hoje, produtividade significa muito mais que a produção física em si. Há que se levar em conta que muito pais precioso que a mão-de-obra é o ser que a produz. Investir no capital humano é a tarefa do novo líder que deseja se manter no topo.
Um ser humano motivado produz muito mais do que dez outros que estejam sendo subjugados ou coagidos pelo temor.

O líder do século XXI alcançará status pela sua capacidade em lidar com as diferenças, respeitando-as e utilizando-as como fator decisivo para o progresso do projeto e para o bem comum, ao mesmo tempo. O líder do futuro é aquele que respeita os seus liderados, permitindo e até estimulando o desenvolvimento das competências e habilidades da equipe, exercendo seu "poder" de uma forma mais humana. Só assim, poderá ser respeitado de fato, pelo seu modo de ser embasado em preceitos de ética, justiça, equilíbrio e por um entusiasmo que contagia todo o grupo. Em outras palavras, o novo líder é aquele que suprime o exercício do poder para exercitar a autoridade motivadora. Ao invés de controlar pelo medo, contagia a equipe, encorajando as pessoas a se sentirem mais seguras, dignas e necessárias ao bom desempenho das tarefas que lhes são confiadas.

Um líder deve ter sensibilidade - quase espiritual - para perceber e entender as necessidades prementes daqueles que pretende liderar. Deve ter uma personalidade otimista e positiva que inspire confiança, mantendo a equipe sempre entusiasmada.
O fator primordial para potencializar a sua capacidade de liderar está diretamente relacionado à sua capacidade de servir. Todas relações sociais harmônicas são embasadas na troca. Uma empresa líder de mercado troca seus produtos por uma quantidade de dinheiro a que as pessoas estão dispostas a pagar, tendo em vista a sua real necessidade e o valor agragado. Assim é com a liderança: servindo aos seus colaboradores em suas necessidades, você têm um retorno garantido e proporcional à sua capacidade em servir bem.

O líder atual deve ser ativo e atualizado, buscando sempre um aprimoramento contínuo que amplie seus conhecimentos e suas habilidades para que possa transparecer confiança aos liderados. Além disso; deve dominar com maestria a área de atuação para que possa exercer seu papel com competência.


O novo líder deve ser ainda um profundo conhecedor da psique humana. Deve compreender e respeitar o lado abstrato da organização, aprendendo a trabalhar as diferenças de tal forma a criar uma equipe harmônica e cooperativa, onde todas os membros se sintam integrados e valorizados.
Todos os grandes líderes de fato são pessoas que se mostram capazes de dirigir um projeto com extrema paixão, sentimento e entusiasmo. Essa demonstração de amor, afeto e fé ao que se faz ou se pretende fazer, cativa as pessoas e as atraem como imã para perto de si. Pense nisso se você estiver disposto a galgar algum posto de liderança. Através dessa influência positiva e motivadora, surge a perspectiva de uma liderança duradoura e eficaz que pode produzir mais e melhor. Isso não significa que o líder deva ficar a mercê dos seu liderados. Pelo contrário: os liderados é que devem sentir-se bem diante de um comando humanitário, eficaz, planejado, justo, organizado e harmônico. Aquele que não se entrosar nesse ambiente, tampouco poderá ser considerado colaborador. E, aí, entra a capacidade gerencial do líder que começa na seleção inicial do seu pessoal, passa pelos ajustes necessários e finaliza com a necessária intervenção quando for necessário. Dessa forma; o novo líder executa uma autoridade eficaz, sem contudo se tornar autoritária.

Há pessoas que são líderes natos. Quem não se lembra dos tempos de escola onde sempre alguém se sobressaía nos papéis de comando. Mas isso não significa que a liderança não pode ser construída. Ninguém nasce pronto. Todos os pequenos ou grandes líderes se fizeram mediante um aprendizado consciente ou inconsciente. Muitas vezes; as bases do caráter de um líder são construídas no ambiente familiar ou social em que vive. Outras lideranças são construídas à duras penas, diante das necessidades e obrigações que a vida impõe.

Se você já possui desenvolvido um espírito de liderança, é hora de repensar nos novos paradigmas apresentados, dentro do conceito da nova sociedade global, crítica e analítica que está sendo formada nas escolas e fora delas.
Se você não tem nada de líder, é hora de aprender a se tornar um, com urgência. A sociedade está carente de novos líderes que se sustentem a si mesmos e dêem sustentação ao bem comum, pelo exemplo e pela competência.

Todos devem apreender os preceitos de liderança. Para ser um bom pai é preciso ser um bom líder. Para administrar um lar, torna-se imprescindível ter conhecimento de alguns preceitos de liderança. Para gerenciar uma empresa, uma equipe... Enfim.

Por ser uma necessidade básica a todo ser humano que deseja crescer e evoluir em qualquer aspecto da existência, eu (Francisco Ferreira) resolvi postar este texto sobre liderança aqui na Casa do Aprendiz. A seguir; apresento uma análise pessoal sobre alguns preceitos de liderança embasado em pesquisas pessoais, vivências e cursos. Espero que seja de grande valia para todos e que sirvam de estímulo para a busca de novos conhecimentos. Vejamos:


Perfil do novo líder

- O novo líder deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a essência de seu próprio ser (autoconhecimento). Para tanto, deve fazer uma introspecção pelos caminhos do eu, observando e analisando seus próprios sentimentos, reconhecendo seus vícios e suas virtudes, fazendo uma relação entre seus pensamentos, sentimentos e ações. Somente conhecendo e dominando a si próprio, pode um homem ser capaz de liderar com êxito;


- Capacitar-se a identificar, rotular e dirigir seus sentimentos controlando e reprimindo as emoções negativas e a tensão ao mesmo tempo em que trabalha a sua psique para a ampliação de sentimentos que constroem.

- Aprender a lidar com seus sentimentos para se tornar capaz de compreender os sentimentos dos outros e inserir na perspectiva de cada um. Para isso, o líder deve desenvolver a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender como esse outro se sente com relação aos demais. Isso se faz mediante o desenvolvimento de uma intuição racional, construída na observação das reações emocionais dos outros; na observação de padrões de comportamentos de pessoas e grupos; na interpretação de indícios sociais característicos de cada um e entendendo como aplicar os mecanismos de influência pessoal e social para delinear comportamentos e ações dos liderados;

- Buscar a excelência em todos os aspectos de sua vida, principalmente naqueles relacionados à sua área de atuação;

- Demonstrar na prática a disposição para fazer sacrifícios pessoais significativos pelo bem comum;

- Elaborar um plano de ação e apresentá-lo ao grupo como algo em construção, inacabado; demonstrando disposição em aceitar opiniões e idéias para aprimorá-lo;

- Em todas as questões de interesse coletivo; pergunte ao grupo o que é ideal para a solução dos problemas e apresente, em contrapartida, o que é possível no momento, deixando a perspectiva de, com a ação responsável de todos, melhorar sempre para alcançar tal meta;

- Comprometer-se com os outros, com as diferenças pessoais e com os valores éticos e morais;

- Incutir na ideologia do grupo que os esforços pessoais são pré-requisitos para o crescimento em todas as áreas: familiar, profissional e social; demonstrando - se possível - através da citação de exemplos, que nada de grande se constrói de repente;

- Ter bom conhecimento de mundo e profundo conhecimento das áreas afins ao círculo de ação vinculado ao seu projeto, empreendimento ou meta;

- Desenvolver a capacidade de motivar as pessoas não só pela emoção, mas também pelo exemplo;

- Apresentar seus propósitos, projetos ou metas de maneira clara e definida, em uma linguagem objetiva, ao alcance de todos;

- Reforçar seu grande empenho e seu fiel compromisso ao que diz e ao que faz, proporcionando um impacto positivo nas pessoas. Dessa forma; os seus liderados se identificam com a sua proposta, passando a internalizar as suas idéias;

- Planejar de antemão suas ações para que possa perseverar em suas decisões de tal forma que inspire confiança e motivação no grupo;

- Manifestar e encorajar nos membros do grupo o desejo de auxiliar no desenvolvimento do projeto, vinculando o mesmo ao desenvolvimento pessoal e coletivo. Isso se faz reforçando a idéia de que o crescimento e o fortalecimento de cada um será essencial para o sucesso do projeto e vice-versa;

- Celebrar e reforçar a necessidade da harmonia da equipe, convocando a todos para permanecerem com espírito de alegria, solidariedade, dignidade, reforçando a importância da união para o sucesso de cada um, do grupo e em conseqüência, do projeto em andamento.

Ajude-nos a disseminar idéias que constroem. Envie o texto desta página para alguém que você estima,


Este texto foi escrito por Francisco Ferreira (Mr. Smith).
Está licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Fonte: http://www.acasadoaprendiz.com.br/seja_um_lider.html